quinta-feira, 20 de setembro de 2012


...1980!
Que época era esta?


Julgo ser importante, antes de avançar em mais “estórias” da minha vida, tentar transmitir, pelo menos aos mais novos, o momento que se vivia nas décadas de 80. Em 1980, vivia-se um período ainda demasiado próximo da revolução do 25 de Abril, onde imperava alguma contestação, alguma luta pela emancipação da mulher, onde definitivamente a mulher perde o conceito da conservação da “virgindade”. Vive-se um período de alterações profundas, na sociedade e no país. Portugal começa a descobrir a Europa. Na moda feminina, é tempo de continuar com algumas mini-saias, saias de “roda”, mas acima de tudo, saias cheias de grandes “rachas” à frente, ao lado ou mesmo atrás. É a explosão das “T-Shirts”, da guerra aos soutiens, e dos calções para férias, escandalosamente curtos e surgem as “lycras” no quotidiano feminino. Aparecem as botas de cano alto até ao joelho.
Sida/HIV era palavra que não se conhecia no vocabulário português; telemóvel, era “coisa” da série televisiva americana “Dallas”, que rodava em Portugal. Os shoppings tornaram-se paraíso dos consumistas, e no Porto, vivia-se ainda uma certa euforia da abertura do seu primeiro Centro Comercial – O Brasília”, inaugurado três anos antes.
Politicamente, é o ano em que Portugal assina o contrato de Pré Adesão à CEE, e o ano, em que Sá Carneiro se torna Primeiro Ministro e em que morre, em acidente de avião.
A nível pessoal, eu descobri-me a mim próprio, o que me dava muita estabilidade emocional, e não tenho dúvidas, de que Sara também se encontrou; levou o “empurrão” que precisava. Relativamente ao casal, foi a libertação consentida, que no fundo, mais nos uniu.
Aproveito, antecipando qualquer juízo precipitado, que ainda hoje, 2012, eu e Sara, já no limiar da era “sexagenária”, mantemos o casamento, com muita amizade e cumplicidade entre ambos, e uma fidelidade total, dentro do que ambos nos propusemos aceitar ; começamo-nos a entreter com os Netos, vivendo uma vida social, ainda, bastante activa.

Feitos estes comentários, vou tentar situar todos os meus novos contos (verídicos) numa ordem cronológica do tempo. Não sei se conseguirei, no entanto, não se distanciarão muito.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012


...E a vida continua!



            Diria que já não tinha qualquer dúvida, quanto à minha orientação sexual; mas se a tivesse, após aquela noite de Quinta Feira, 9 de Outubro de 1980, teria desaparecido por completo. Sentia-me perfeitamente adaptado e realizado no meu novo papel de “paneleiro” (sim, porque gay ou homossexual só entrou no vocabulário dos portugueses, dez ou vinte anos mais tarde).
            Pedro era um homem de vinte e sete anos de idade, bem parecido, muito elegante, de mais ou menos 1,75 mt de altura, com cerca de 80 Kg. Corpo bem musculado, moreno, cabelo preto, curto e bem tratado, bem barbeado mas de barba espessa. Os olhos, eram lindos, castanhos muito escuros, boca de lábios carnudos, com um sorriso aberto, onde deixava transparecer uns dentes excepcionalmente brancos. Era à data, um homem lindo, muito carinhoso, com muita boa disposição e acima de tudo, com uma paciência e uma ternura, que nos fazia sentir bem. Parece ridículo, dito assim, mas não tenho qualquer duvida em afirmar, que estava verdadeiramente apaixonado por ele.
            Apesar de homossexual, nunca fui afeminado, de aspecto também bastante másculo, e embora na presença do Pedro tentasse dar suavidade ao meu andar, não deixava de mexer as ancas para baixo e para cima, dando-lhe um toque de fêmea com cio.
            A nossa relação de amizade e cumplicidade vinha-se mantendo, com uma ligação cada vez mais forte, sendo já entretanto, visitas assíduas da casa de um e outro. Tudo com o máximo sigilo. Posso adiantar, que ainda hoje (passados trinta anos) somos amigos, e vamos fazendo a nossa “festança”.
            Mas sobre esse assunto, muitas outras “histórias” haverá para contar, noutra oportunidade, e se me quiserem aturar.
            Sara, no seu 1,67 mt de altura, 66 kg de peso, muito elegante, de seios médios e erectos, perna bem torneada, aliás, já tive a oportunidade de o afirmar, era o que se diz, uma “boa” mulher. Eu, não tinha dúvidas que nutria por ela uma grande amizade; ela era a Mãe dos meus filhos, mas realmente via-a como amiga, mas não como amante. Mas o que não deixa de ser verdade, é que gostava imenso de a partilhar, e com um pouco de esforço, lá a ia “alimentando” sexualmente.
            Sara e eu, éramos oriundos de famílias tradicionais e conservadoras, o que seria impensável uma separação entre ambos, e muito mais, pelo motivo que era. Eu, por cobardia, com medo do “estigma” colocado pela sociedade hipócrita e conservadora em que vivíamos, e vivemos, também não tive a coragem de publicamente assumir a minha tendência, pelo que tudo continuou, mais ou menos na mesma, pelo menos até aos dias de hoje.
            A minha pressão sobre Sara para o exibicionismo continuava, o que lhe agradava totalmente a ela e a mim e discretamente ia-a iniciando numa mentalização para ir mais além, isto é, arranjar amizades intimas. Pedro era uma das pessoas que eu veria com bons olhos nessa situação; mas tal, julgo eu, nunca aconteceu, embora tivesse havido várias tentativas.
            Eu, embora trabalhasse numa empresa multinacional, quase que me poderia considerar “trabalhador liberal”, o que financeiramente me permitia ter Sara em casa, a tratar dos filhos; mas ela não aceitava essa situação; preferia trabalhar, e ter em casa uma empregada dois ou três dias semanais. Os filhos, esses foram para o infantário.
            Eu próprio, em tempos lhe arranjei um emprego como “tradutora” de uma empresa, também multinacional, o que lhe permitia uma certa liberdade financeira, e não só.
            E assim, os dias iam passando, aproveitando ao máximo, principalmente os fins de semana e noites, quando possíveis. Para o trabalho, Sara ia “discretamente” vestida, tendo só os maiores desvarios que se possa imagina, nas suas horas privadas. Pessoalmente, achava bem! “Trabalho é trabalho e Conhaque é conhaque”!... Mas não parecia a mesma!
            Problemas financeiros, não os havia, o que nos permitia levar uma vida desafogada, com fins de semana, férias, convívios, enfim, uma vida compatível com “classe média alta”. Há data, ainda vivíamos em casa alugada; um andar na zona da Boavista, espaçoso, bem localizado, mas com uma grande “falha”: - Não tinha garagem.
            Os nossos dias de semana, iniciavam-se sempre com o levar os filhos ao infantário, passando pelo local de trabalho da Sara, e após, o que seguia para a minha vida. O almoço raramente era junto. Vida normal, de um casal aparentemente normal.
            Com a nossa forma (esquisita) de viver, íamos contudo tendo uma razoável harmonia. Se cada um enfrentasse a sociedade e suas consequências, e assumisse frontalmente a sua forma de estar na vida, diria que éramos felizes.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012


A Minha Primeira Vez!

Conto verídico


Decorria o ano de 1980, e eu, com trinta e dois anos de idade, encontrava-me numa verdadeira encruzilhada. Por um lado, sentia forte tendência homossexual; por outro, era casado à três/quatro anos, com uma mulher de sonho (a Sara), embora que sexualmente não me sentia atraído, mas que adorava como amiga, e da qual tinha dois filhos maravilhosos.
Sentia-me fortemente excitado sexualmente com o exibicionismo da Sara, mas mais pela excitação dos homens, do que pela atitude dela. Tinha que experimentar na prática as minhas dúvidas ou transformá-las em certezas.
Tinha ouvido comentar em tempos, que principalmente à noite, os jardins da Av Montevideu, no Castelo do Queijo, eram frequentados por homossexuais e seus admiradores, além de alguma droga à mistura.
Hoje, não faltam locais de encontro gay; mas estamos a falar de Outubro de 1980, onde tudo era diferente. Não se falava em HIV, em computador ou muito menos em telemóvel. Móteis, era coisa do imaginário ou dos filmes “americanos”; tudo tinha que ser feito, na mais total descrição, caso contrário, a maldita mordaça da sociedade marcava para sempre o indivíduo.
Pela minha parte, teria que arriscar e partir à aventura! Mas como? Não tinha por hábito sair à noite sem motivo, e Sara iria desconfiar; e isso é que não queria de forma alguma. De dia, como é óbvio trabalhava, e embora tivesse uma certa liberdade de horários, o local também não era muito frequentado e sobretudo, muito mais exposto. Teria que arranjar forma de me ausentar de casa, sem levantar suspeitas.
Relativamente próximo da minha residência, existia um café, onde por vezes íamos tomar café, e onde tínhamos um ou outro conhecido. Nesse café, ia-se realizar um campeonato de bilhar, três tabelas, modalidade que muito gosto; foi a minha grande oportunidade para convencer Sara, para à noite me ausentar de casa, para ir ver os jogos; embora correndo riscos, mas podia ser que corresse bem! Normalmente à noite, Sara ficava em casa com os miúdos e a ver televisão.
Há data, guardava o carro, já velho, em garagem fora de casa, o que me permitia pegar nele sem a Sara se aperceber. Estava o esquema montado!
Na primeira noite, vesti uma calça bege, um pouco justa no traseiro, e a alargar para baixo (o que se usava na época),  o que permitia notar-se bem as formas do corpo. Eu, trinta e dois anos de idade, 1,70 mt de altura, 72 kg. O corpo, todo trabalhado, de quem sempre praticou desporto. O traseiro, levemente arrebitado, mais parecendo o traseiro de uma mulher. A cara, uma cara normal, morena, olhos castanhos, cabelo castanho escuro, e sobre o curto; enfim, uma normalidade! Nem bonito, nem feio. Hugo, é o meu nome.
Quando cheguei à zona pré-destinada, por volta das 21,30h, apercebi-me de que andavam lá uns quantos indivíduos de um lado para o outro, e instintivamente e até ingenuamente, comecei a fazer o mesmo. Tentava valorizar o meu andar, bamboleando as nádegas, de forma a que também, os outros podessem entender os meus objectivos.
Nada aconteceu no primeiro e no segundo dia; até que ao terceiro, ouvi um “peeesseeeeeteee”, que me fez olhar. Vi então, entre a penumbra das sombras, um indivíduo, aparentemente de óptimo aspecto, estatura ligeiramente acima da minha, fisicamente muito bem constituído, bastante elegante; parecia o máximo da minha idade, provavelmente até mais novo. No meu corpo, senti uma transformação total, que jamais saberei explicar! O caminhar tornou-se automaticamente o de uma mulher com cio, maneando as ancas provocantemente para baixo e para cima, tentando aliciar quem me seguia. Várias vezes olhei para trás, em tom provocante, e dirigi-me para um muro de resguardo do jardim, de onde se avista o mar. Instantes passados, senti que alguém se colocou ao meu lado esquerdo, também encostado ao muro, e me sussurrou:
-         O que procuras?
-         Não sei bem! Respondi em voz embaraçada, sentindo, as faces muito ruborizadas, numa noite algo fresca.
-         Os dois, talvez possamos encontrar o que procuras! Disparou o companheiro de momento, mesmo ao meu lado. Homem, à primeira impressão bonito, muito elegante, com bons modos e sobretudo, uma boca muito linda de lábios carnudos.
Inexplicavelmente senti naquele momento, uma sensação estranha a percorrer-me todas as entranhas, que me levava a desejá-lo como se de uma mulher se tratasse.
            Tantas coisas, que em segundos, me vieram à memória! As minhas brincadeiras de criança, os meus desejos oprimidos e escondidos, a minha obcecação em partilhar a Sara com outros homens, e muitas outras atracções sentidas, que desde há muito me levaram a suspeitar das minhas tendências homossexuais.
            Inteligentemente o meu amigo de ocasião, talvez apercebendo-se do meu embaraço do momento, perguntou:
-         Tens carro? Limitei-me a responder que sim!
-         Vamos para lá então! Estaremos mais à-vontade!
Nada mais haveria a dizer! Já tudo tinha sido dito, e estava criada a “empatia”.
Casualmente, e só por isso, o carro tinha-o deixado estacionado junto a uma zona ajardinada, com uma rua sem saída (Rua de Cabo Verde), no alto da rua de Pêro da Covilhã. Era um local de pouca iluminação e recatado, sem qualquer casa, com uma ampla visualização à distância e onde só poderíamos ser surpreendidos pela frente.
Até ao local, fomos numa conversa informal, onde muita coisa foi dita de parte a parte, e onde fiquei com a certeza, de estar na presença de uma pessoa com uma cultura acima da média.
Entrados no carro, eu sentei-me ao “volante” e Ele ao meu lado.
Eu não conseguia articular palavra! Ele, o Pedro, um pouco mais “solto” do que eu, e colocando-me a mão por cima do ombro, puxa-me para si e exclama: - Tem calma! Vai tudo correr bem! Eram exactamente essas as palavras, que naquele momento eu precisava de ouvir. Estava tudo dito, em poucas palavras! Ele realmente, era um “amor”.
Pegando com delicadeza na minha mão direita, puxa-a para si, e esfrega na sua “carcela”,  onde sinto o membro duro e erecto. Minhas faces, não visíveis pela escuridão, ficaram completamente ruborizadas, mas ao mesmo tempo, com um forte desejo de sentir tudo “ao natural”. Não tinha agora qualquer dúvida, de que era aquilo a minha tendência natural.
Num ápice, senti que o Pedro já tinha tirado o seu pénis para fora das calças, muito duro e de comprimento razoável.  Minha mão, de imediato o agarra, começando logo a esfregá-lo para baixo e para cima, com um prazer inesquecível. Não me restava qualquer dúvida, de que era tudo aquilo que desejava. Pedro por sua vez, com suavidade mas sofreguidão, coloca a sua mão esquerda sobre a minha cabeça, e a puxa ao encontro do seu pénis, de forma a que eu fizesse sexo oral. Foi realmente uma maravilha; por mais que uma vez, tive a nítida sensação de que iria “ejacular” na minha boca. Eu, estava louco de prazer, ao sentir aquele “pau” vivo e duro, andar para dentro e para fora da minha boca, quase me tocando na garganta. No meio deste louco prazer, meu e dele, Pedro me suplica: - Deixas-me meter no “cuzinho”? Neste momento, era o que mais queria ouvir! Abanei-lhe a cabeça em sinal afirmativo, continuando sofregamente a chupar o seu pénis.
Com uma caricia na minha face, fez-me sinal para parar, saindo ele do carro. Na pouca claridade existente, dava para reconhecer um bom “pau”, completamente erecto, o que me provocava por um lado, uma ânsia muito grande de o possuir na totalidade, mas pelo outro, um certo receio de poder vir a ser penetrado por aquela “maravilha”.
Tudo para mim, era novidade, e como tal, não imaginava sequer, o que Pedro pretendia, ao sair do carro.
Amavelmente, disse-me para no meu lugar (ao volante), abrir a porta e colocar-me de “quatro” no banco, com os joelhos flectidos e de “cuzinho” virado para o exterior. Pedro, coloca-se atrás de mim, entre a porta e o carro, dando a sensação, a quem eventualmente aparece-se, de apenas se encontrar fora do carro a conversar. A minha expectativa e ansiedade era grande! Pedro, puxa-me lentamente para baixo, mesmo com o cinto apertado, as calças e a cueca, deixando totalmente a descoberto o meu “traseiro”, sentindo nitidamente o fresco da noite.
Tenho um prazer indiscritível, saber que estava ali, a ser admirado na minha intimidade, e que iria ser sodomizado, pela primeira vez.
Apercebo-me de que Pedro, tirou algo do bolso das calças; vim a verificar ser um tubo de vaselina, já que de imediato sinto os seus dedos, todos oleados a penetrarem-me. Inconscientemente, e perante o prazer sentido no momento, esforcei-me por me abrir completamente e relaxar-me. Os dedos do Pedro, penetravam-me completamente, de forma a olearem-me bem. Afinal ele sabia, que era a minha primeira vez.
Estava ali, completamente receptivo a ser introduzido por aquela “ferramenta” vigorosa e cheia de “tesão”.  Pedro, de pé atrás de mim, apoiado sobre o tejadilho do carro, apontou a sua maravilhosa “arma” ao meu “buraquinho”. De imediato, senti uma primeira  sensação maravilhosa, mas ao mesmo tempo, uma certa dor, ao ser forçada a penetração. Tentei mais uma vez relaxar! Naquele momento, o meu desejo era de tal forma forte, que já não imaginava sequer, sair dali, como tinha chegado; “virgem”!
Eu próprio forço mais um pouco, empurrando-me para trás, tentando abrir todo o meu “cuzinho”, e engolir todo aquele “pedaço” de carne, que tanto tinha chupado e lambido momentos antes. Não consigo suportar um pequeno gemido, de dor e prazer misturado, no preciso momento em que sou totalmente penetrado. É simplesmente fabuloso, sentir aquele movimento cíclico de vai e vem dentro de mim, com tudo muito apertado e uma respiração cada vez mais ofegante e cheia de prazer, de quem me está a penetrar. Perdemos completamente o controle da situação; ao ponto de em plena penetração ser-mos surpreendidos por um casal que teria estado num carro, também lá estacionado, e que apercebendo-se do que se passava, optou por sair.
Pedro, também louco de prazer, passa-me o braço direito para a frente do corpo, enquanto me abraçava com o esquerdo, e me começa a “masturbar”. Ao vigor e velocidade da sua penetração, surge uma forte e longa “ejaculação” dentro de mim, que ainda hoje, passados que são mais de trinta anos, parece-me sentir o seu calor. Passados segundos, estava também a “ejacular” para as mãos de Pedro. Só nos restava, após os momentos de verdadeiro prazer conseguidos entre os dois, selar-mos o momento com um longo e doce beijo, que ainda hoje recordo o calor dos seus lábios.
Quando cheguei a casa, Sara já estava deitada, e nem deu pela hora a que cheguei. Pessoalmente, ainda me saía “esperma” pelo anus, mas eu sentia-me completamente feliz e realizado. Finalmente sabia quem Eu era.
Fomos amantes durante muitos anos, com outras tantas situações de verdadeira loucura, que um dia virei também a contar. Somos ainda hoje, visita de casa de um e de outro, e conseguimos manter uma total descrição relativamente às nossas mulheres, que nunca suspeitaram de nada, entre nós; pelo menos, assim julgamos.
Uma certeza porém eu tive; assumo-me como homossexual “passivo”, e embora com muitos altos e baixos, consegui manter um casamento até aos dias de hoje. Sem sexo, ou sexo forçado, mas sempre incentivei a minha mulher (a Sara) a procurar fora, o que não tinha em casa; e felizmente que conseguiu, para meu belo prazer. Mas outros contos surgirão sobre o assunto.
Eu e Sara, somos um casal, não em sexo, mas em amizade, extremamente unido. Eu e o Pedro, ainda hoje, apesar da nossa idade, vamo-nos encontrando regularmente. Só nunca consegui, talvez por amizade, que ele, perdoem-me a expressão, “comesse” a Sara, apesar das oportunidades surgidas.

Muitos outros contos irão surgindo. Felizmente não faltam, sempre com uma certeza: - Todos eles são verídicos.

sábado, 15 de setembro de 2012


À Descoberta do Prazer

Conto verídico



Já há muito me tinha apercebido, que quando outros homens olhavam para a Sara (minha mulher), eu sentia um secreto prazer.
Sara, mulher de trinta anos, de estatura média, cabelo comprido, caindo até às costas, ancas roliças, pernas esbeltas, seios, não muito grandes, firmes e atraentes,  sorriso largo e bonito. Olhar forte e um tanto provocador, sem qualquer altivez. Enfim, tenho que reconhecer, ser uma mulher atraente.
            Pela minha parte, reconheço, que apesar de casado há três/quatro anos (decorria então o ano de 1980), não seria um amante sexualmente atraente. Já por esta ocasião, se me aflorava a dúvida, de que sentia uma forte tendência homossexual, o que psicologicamente me afectava no relacionamento intimo com a Sara. Começo a aperceber-me de que pela sua parte, existia um certo descontentamento sexual, que a levava a provocar-me amiudadamente.
            Começo a aperceber-me de que, alguma coisa tinha que mudar, se não a queria perder como companheira; tanto mais, que já existiam filhos. Então, nos nossos momentos intimos, que sempre iam existindo, vou-lhe segredando ao ouvido, o quanto me excitava sexualmente, o imagina-la com outro homem; a mostrar-se a outros, enfim, a ser possuída por outro.
            Ao fim de algum tempo, e como diz o ditado “Água mole em pedra dura, tanto dá até que fura!”, começo-me a aperceber de que os meus sussuros em momentos especiais de sexo, começam a ganhar receptividade e até simpatia. É o momento de atacar! Penso eu!
            Era um fim de tarde, do inicio do mês de Junho, com uma temperatura ambiente muito agradável. Quando chego a casa, vindo do trabalho, proponho à Sara, ir dar uma “volta” ao sr.de Matosinhos, romaria nortenha, que se realizava nessa data. De imediato, e aproveitando a oportunidade, proponho (talvez o termo seja “peço”) à Sara, que vista algo (sem soutien), e saia, que fosse um pouco ousada; vamos nos divertir, propus eu.
            Fico completamente boquiaberto de espanto, quando me apercebo de que Sara, levanto a “peito” a minha proposta, se apresente com uma blusa de renda tipo rede, de cor verde, completamente transparente, sem soutien, deixando transparecer completamente, direi mesmo, permitindo que os mamilos espreitassem através dos orifícios da rede. Para baixo, trazia uma sai, branca, abotoada à frente e que, sem ser mini-saia, era bastante curta. No entanto, se fosse enrolada na cinta, permitia a sua transformação em mini-saia provocante. É óbvio, que lhe pedi que a enrolasse, logo que saiu de casa. Sara, calçava uma sandália branca, de tiras muito finas, de meio tacão. Sara, tenho que reconhecer, estava simplesmente fenomenal! A saia bastante curta, com os dois botões de baixo desabotoados (a meu pedido), permitiam a visibilidade ao caminhar, da parte interior das “coxas”. Enfim, uma situação ostensivamente ousada e provocante, em que eu delirava de prazer, ao ver os olhares direccionados dos homens que connosco cruzavam. Sentia-me autenticamente o “corno manso”, com um prazer que jamais vou esquecer. Ainda na romaria, fomos, propositadamente, andar nas cadeiras do “carrocel”, onde lhe pedi que sentada, abrisse um pouco as pernas, de forma a mostrar totalmente as coxas e cueca. Seria uma visão fenomenal! Saia curta, botões da saia desabotoados e pernas ligeiramente abertas...até eu invejo quem viu!
            Este, foi sem dúvida, o empurrão que a Sara precisava, já que a partir daqui, seu comportamento, sempre que saiamos era de um constante exibicionismo, que muito me agradava e excitava.
            Pessoalmente, continuava a desejar vê-la na cama com outro. Era uma fantasia que me perseguia, há já muitos anos, e que cada vez mais, começava a ver esse momento a aproximar-se.
            Contudo, nada me fazia deixar também de pensar, em prazeres homossexuais, o que muito me excitava.
            O exibicionismo por parte de Sara, mantinha-se com entusiasmo e gozo, nas mais variadíssimas situações. “Soutien” não mais usou, enquanto teve idade e a cor da cueca, foi sempre escolhida de forma a fazer contraste com a restante roupa, de forma a ser bem visível.

Tudo isto ia acontecendo, com o carimbo de “Top Secret” se pretendemos continuar a viver em sociedade. É a “mordaça da sociedade”.


Novos contos oportunamente surgirão; todos reais.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

A Sociedade que temos...


Porto, 5 de Agosto de 2012

Muito jovem me apercebi, que a minha sexualidade tinha muitas tendências de “homossexual”.
Ainda no ensino secundário, nos balneários da aula de ginástica, dava conta de que ficava admirando a nudez dos meus colegas, e que ao mesmo tempo, sentia uma sensação muito agradável, que na data, não sabia entender. Cheguei mesmo, a sentir um secreto prazer, uma ocasião em que um colega, todo nu, se roçou (julgo hoje) que propositadamente, nas minhas nádegas.
Entretanto, a idade vai avançando, e o trivial da vida vai sucedendo:
-Começo a namorar (sem nunca sentir muito entusiasmo sexual); com naturalidade surge o casamento, e consequentemente vêm os filhos.
E a vida, assim vai decorrendo, dentro de uma normalidade, embora que sexualmente, sem nada de exageros.
Entretanto, vou dando conta de que, me sentia sexualmente excitado, quando a minha mulher se exibia, e por vezes a meu pedido, perante os nossos amigos, deixando transparecer partes do seu corpo. E aqui, entra exactamente o título deste “blogue” – A mordaça da sociedade. E porquê “Mordaça da Sociedade”? Porque vivemos ainda numa época, cheia de “estigmas” apontadas por uma “sociedade”, que teima em não querer entender e hipocritamente não aceita os iguais mas diferentes.
Hoje, com uma vida social bastante preenchida, vivo uma “farsa”, já que não tenho coragem de assumir publicamente os meus gostos e as minhas preferências, que ao longo dos tempos mais se vieram a acentuar. Vivo numa revolta constante, de fingir o que não sou.
É aqui, que a sociedade tem que mudar radicalmente, para que todos possamos ser felizes.