A
Minha Primeira Vez!
Conto verídico
Decorria o ano de 1980, e eu, com
trinta e dois anos de idade, encontrava-me numa verdadeira encruzilhada. Por um
lado, sentia forte tendência homossexual; por outro, era casado à três/quatro
anos, com uma mulher de sonho (a Sara), embora que sexualmente não me sentia
atraído, mas que adorava como amiga, e da qual tinha dois filhos maravilhosos.
Sentia-me fortemente excitado
sexualmente com o exibicionismo da Sara, mas mais pela excitação dos homens, do
que pela atitude dela. Tinha que experimentar na prática as minhas dúvidas ou
transformá-las em certezas.
Tinha ouvido comentar em tempos,
que principalmente à noite, os jardins da Av Montevideu, no Castelo do Queijo,
eram frequentados por homossexuais e seus admiradores, além de alguma droga à
mistura.
Hoje, não faltam locais de
encontro gay; mas estamos a falar de Outubro de 1980, onde tudo era diferente.
Não se falava em HIV, em computador ou muito menos em telemóvel. Móteis, era
coisa do imaginário ou dos filmes “americanos”; tudo tinha que ser feito, na
mais total descrição, caso contrário, a maldita mordaça da sociedade
marcava para sempre o indivíduo.
Pela minha parte, teria que arriscar e partir à
aventura! Mas como? Não tinha por hábito sair à noite sem motivo, e Sara iria
desconfiar; e isso é que não queria de forma alguma. De dia, como é óbvio
trabalhava, e embora tivesse uma certa liberdade de horários, o local também
não era muito frequentado e sobretudo, muito mais exposto. Teria que arranjar
forma de me ausentar de casa, sem levantar suspeitas.
Relativamente próximo da minha
residência, existia um café, onde por vezes íamos tomar café, e onde tínhamos
um ou outro conhecido. Nesse café, ia-se realizar um campeonato de bilhar, três
tabelas, modalidade que muito gosto; foi a minha grande oportunidade para
convencer Sara, para à noite me ausentar de casa, para ir ver os jogos; embora
correndo riscos, mas podia ser que corresse bem! Normalmente à noite, Sara
ficava em casa com os miúdos e a ver televisão.
Há data, guardava o carro, já
velho, em garagem fora de casa, o que me permitia pegar nele sem a Sara se
aperceber. Estava o esquema montado!
Na primeira noite, vesti uma
calça bege, um pouco justa no traseiro, e a alargar para baixo (o que se usava
na época), o que permitia notar-se bem
as formas do corpo. Eu, trinta e dois anos de idade, 1,70 mt de altura, 72 kg.
O corpo, todo trabalhado, de quem sempre praticou desporto. O traseiro,
levemente arrebitado, mais parecendo o traseiro de uma mulher. A cara, uma cara
normal, morena, olhos castanhos, cabelo castanho escuro, e sobre o curto;
enfim, uma normalidade! Nem bonito, nem feio. Hugo, é o meu nome.
Quando cheguei à zona
pré-destinada, por volta das 21,30h, apercebi-me de que andavam lá uns quantos
indivíduos de um lado para o outro, e instintivamente e até ingenuamente,
comecei a fazer o mesmo. Tentava valorizar o meu andar, bamboleando as nádegas,
de forma a que também, os outros podessem entender os meus objectivos.
Nada aconteceu no primeiro e no
segundo dia; até que ao terceiro, ouvi um “peeesseeeeeteee”, que me fez olhar.
Vi então, entre a penumbra das sombras, um indivíduo, aparentemente de óptimo
aspecto, estatura ligeiramente acima da minha, fisicamente muito bem
constituído, bastante elegante; parecia o máximo da minha idade, provavelmente
até mais novo. No meu corpo, senti uma transformação total, que jamais saberei
explicar! O caminhar tornou-se automaticamente o de uma mulher com cio,
maneando as ancas provocantemente para baixo e para cima, tentando aliciar quem
me seguia. Várias vezes olhei para trás, em tom provocante, e dirigi-me para um
muro de resguardo do jardim, de onde se avista o mar. Instantes passados, senti
que alguém se colocou ao meu lado esquerdo, também encostado ao muro, e me
sussurrou:
-
O que procuras?
-
Não sei bem! Respondi em voz embaraçada, sentindo, as faces
muito ruborizadas, numa noite algo fresca.
-
Os dois, talvez possamos encontrar o que procuras! Disparou o
companheiro de momento, mesmo ao meu lado. Homem, à primeira impressão bonito,
muito elegante, com bons modos e sobretudo, uma boca muito linda de lábios
carnudos.
Inexplicavelmente senti naquele momento, uma sensação
estranha a percorrer-me todas as entranhas, que me levava a desejá-lo como se
de uma mulher se tratasse.
Tantas
coisas, que em segundos, me vieram à memória! As minhas brincadeiras de
criança, os meus desejos oprimidos e escondidos, a minha obcecação em partilhar
a Sara com outros homens, e muitas outras atracções sentidas, que desde há
muito me levaram a suspeitar das minhas tendências homossexuais.
Inteligentemente
o meu amigo de ocasião, talvez apercebendo-se do meu embaraço do momento,
perguntou:
-
Tens carro? Limitei-me a responder que sim!
-
Vamos para lá então! Estaremos mais à-vontade!
Nada mais haveria a dizer! Já
tudo tinha sido dito, e estava criada a “empatia”.
Casualmente, e só por isso, o carro tinha-o deixado
estacionado junto a uma zona ajardinada, com uma rua sem saída (Rua de Cabo
Verde), no alto da rua de Pêro da Covilhã. Era um local de pouca iluminação e
recatado, sem qualquer casa, com uma ampla visualização à distância e onde só
poderíamos ser surpreendidos pela frente.
Até ao local, fomos numa conversa informal, onde
muita coisa foi dita de parte a parte, e onde fiquei com a certeza, de estar na
presença de uma pessoa com uma cultura acima da média.
Entrados no carro, eu sentei-me
ao “volante” e Ele ao meu lado.
Eu não conseguia articular
palavra! Ele, o Pedro, um pouco mais “solto” do que eu, e colocando-me a mão
por cima do ombro, puxa-me para si e exclama: - Tem calma! Vai tudo correr bem!
Eram exactamente essas as palavras, que naquele momento eu precisava de ouvir.
Estava tudo dito, em poucas palavras! Ele realmente, era um “amor”.
Pegando com delicadeza na minha
mão direita, puxa-a para si, e esfrega na sua “carcela”, onde sinto o membro duro e erecto. Minhas
faces, não visíveis pela escuridão, ficaram completamente ruborizadas, mas ao
mesmo tempo, com um forte desejo de sentir tudo “ao natural”. Não tinha agora
qualquer dúvida, de que era aquilo a minha tendência natural.
Num ápice, senti que o Pedro já
tinha tirado o seu pénis para fora das calças, muito duro e de comprimento
razoável. Minha mão, de imediato o
agarra, começando logo a esfregá-lo para baixo e para cima, com um prazer inesquecível.
Não me restava qualquer dúvida, de que era tudo aquilo que desejava. Pedro por
sua vez, com suavidade mas sofreguidão, coloca a sua mão esquerda sobre a minha
cabeça, e a puxa ao encontro do seu pénis, de forma a que eu fizesse sexo oral.
Foi realmente uma maravilha; por mais que uma vez, tive a nítida sensação de
que iria “ejacular” na minha boca. Eu, estava louco de prazer, ao sentir aquele
“pau” vivo e duro, andar para dentro e para fora da minha boca, quase me
tocando na garganta. No meio deste louco prazer, meu e dele, Pedro me suplica:
- Deixas-me meter no “cuzinho”? Neste momento, era o que mais queria ouvir!
Abanei-lhe a cabeça em sinal afirmativo, continuando sofregamente a chupar o
seu pénis.
Com uma caricia na minha face,
fez-me sinal para parar, saindo ele do carro. Na pouca claridade existente,
dava para reconhecer um bom “pau”, completamente erecto, o que me provocava por
um lado, uma ânsia muito grande de o possuir na totalidade, mas pelo outro, um
certo receio de poder vir a ser penetrado por aquela “maravilha”.
Tudo para mim, era novidade, e
como tal, não imaginava sequer, o que Pedro pretendia, ao sair do carro.
Amavelmente, disse-me para no meu
lugar (ao volante), abrir a porta e colocar-me de “quatro” no banco, com os
joelhos flectidos e de “cuzinho” virado para o exterior. Pedro, coloca-se atrás
de mim, entre a porta e o carro, dando a sensação, a quem eventualmente
aparece-se, de apenas se encontrar fora do carro a conversar. A minha
expectativa e ansiedade era grande! Pedro, puxa-me lentamente para baixo, mesmo
com o cinto apertado, as calças e a cueca, deixando totalmente a descoberto o
meu “traseiro”, sentindo nitidamente o fresco da noite.
Tenho um prazer indiscritível,
saber que estava ali, a ser admirado na minha intimidade, e que iria ser
sodomizado, pela primeira vez.
Apercebo-me de que Pedro, tirou
algo do bolso das calças; vim a verificar ser um tubo de vaselina, já que de
imediato sinto os seus dedos, todos oleados a penetrarem-me. Inconscientemente,
e perante o prazer sentido no momento, esforcei-me por me abrir completamente e
relaxar-me. Os dedos do Pedro, penetravam-me completamente, de forma a
olearem-me bem. Afinal ele sabia, que era a minha primeira vez.
Estava ali, completamente
receptivo a ser introduzido por aquela “ferramenta” vigorosa e cheia de
“tesão”. Pedro, de pé atrás de mim,
apoiado sobre o tejadilho do carro, apontou a sua maravilhosa “arma” ao meu
“buraquinho”. De imediato, senti uma primeira
sensação maravilhosa, mas ao mesmo tempo, uma certa dor, ao ser forçada
a penetração. Tentei mais uma vez relaxar! Naquele momento, o meu desejo era de
tal forma forte, que já não imaginava sequer, sair dali, como tinha chegado;
“virgem”!
Eu próprio forço mais um pouco,
empurrando-me para trás, tentando abrir todo o meu “cuzinho”, e engolir todo
aquele “pedaço” de carne, que tanto tinha chupado e lambido momentos antes. Não
consigo suportar um pequeno gemido, de dor e prazer misturado, no preciso
momento em que sou totalmente penetrado. É simplesmente fabuloso, sentir aquele
movimento cíclico de vai e vem dentro de mim, com tudo muito apertado e uma
respiração cada vez mais ofegante e cheia de prazer, de quem me está a
penetrar. Perdemos completamente o controle da situação; ao ponto de em plena
penetração ser-mos surpreendidos por um casal que teria estado num carro,
também lá estacionado, e que apercebendo-se do que se passava, optou por sair.
Pedro, também louco de prazer,
passa-me o braço direito para a frente do corpo, enquanto me abraçava com o
esquerdo, e me começa a “masturbar”. Ao vigor e velocidade da sua penetração,
surge uma forte e longa “ejaculação” dentro de mim, que ainda hoje, passados
que são mais de trinta anos, parece-me sentir o seu calor. Passados segundos,
estava também a “ejacular” para as mãos de Pedro. Só nos restava, após os
momentos de verdadeiro prazer conseguidos entre os dois, selar-mos o momento
com um longo e doce beijo, que ainda hoje recordo o calor dos seus lábios.
Quando cheguei a casa, Sara já
estava deitada, e nem deu pela hora a que cheguei. Pessoalmente, ainda me saía
“esperma” pelo anus, mas eu sentia-me completamente feliz e realizado.
Finalmente sabia quem Eu era.
Fomos amantes durante muitos
anos, com outras tantas situações de verdadeira loucura, que um dia virei
também a contar. Somos ainda hoje, visita de casa de um e de outro, e
conseguimos manter uma total descrição relativamente às nossas mulheres, que
nunca suspeitaram de nada, entre nós; pelo menos, assim julgamos.
Uma certeza porém eu tive;
assumo-me como homossexual “passivo”, e embora com muitos altos e baixos,
consegui manter um casamento até aos dias de hoje. Sem sexo, ou sexo forçado,
mas sempre incentivei a minha mulher (a Sara) a procurar fora, o que não tinha
em casa; e felizmente que conseguiu, para meu belo prazer. Mas outros contos
surgirão sobre o assunto.
Eu e Sara, somos um casal, não em
sexo, mas em amizade, extremamente unido. Eu e o Pedro, ainda hoje, apesar da
nossa idade, vamo-nos encontrando regularmente. Só nunca consegui, talvez por
amizade, que ele, perdoem-me a expressão, “comesse” a Sara, apesar das
oportunidades surgidas.
Muitos outros contos irão
surgindo. Felizmente não faltam, sempre com uma certeza: - Todos eles são
verídicos.
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